segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Comer ou não comer... Eis a questão!

Comer carne é um daqueles hábitos que temos desde que nascemos e não questionamos.

Éramos criancinhas quando ouvíamos de nossas mães: "Você tem de comer carne para ficar forte, bonito, saudável!"

Minha mãe era pior: "Quem não papar toda a carne não vai ganhar sobremesa!"

Elemento comum em nosso prato, a carne esconde em seu processo de "produção" uma cara bem diferente da que nos foi pintada.

Será mesmo que ela é tão saudável assim? Será que ela é um alimento como qualquer outro?

Quando vemos um bife, dificilmente enxergamos nele parte de um ser vivo que fora morto. Eu, pelo menos, nunca tinha pensado nisso. Nem mesmo sabia que presunto era feito de porco!

A escolha por não comer carne é pautada por uma gama de fatores. Conhecê-los é um direito de todos. Deixar de comer carne ou não, uma escolha de cada um.

Para aqueles que desejam conhecer esta realidade que não vem exposta na embalagem da carne, indico o filme " A carne é Fraca", do Instituto Nina Rosa. Dá pra assistir inteiro no You Tube! Vale muito à pena!

Vejam o trailer:

sábado, 25 de dezembro de 2010

Eba! Mafalda de Natal!

Um dos presentes que recebi do meu coruja namorado neste natal foi um livro da Mafalda!

Quase não conhecia suas tirinhas até encontrá-las na estante de um amigo. Foi amor à primeira vista!

Recomendo à todos!

Tirando a poeira!

Há quase um ano sem dar as caras por aqui, resolvi voltar a escrever, motivada pelo ócio das férias universitárias.

Tendo escrito tão pouco em todo este tempo, espero que a coisa fique mais agitada a partir de agora!

Até mais!

sábado, 6 de março de 2010

Nietzsche

“Disseque suas motivações mais astutamente! Achará que jamais alguém fez algo totalmente para os outros. Todas as ações são autodirigidas, todo serviço é autoserviço, todo amor é amor-próprio.”
“...Talvez esteja pensando naqueles que ama. Cave mais profundamente e descobrirá que não ama a eles: ama isso sim as sensações agradáveis que tal amor produz em você! Ama o desejo, não o desejado.”

Trecho do livro "Quando Nietzsche chorou", em que Nietzsche fala ao médico Breuer.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

OLGA

O livro “Olga”, de Fernando Meirelles, tem trechos particularmente emocionantes. Desde descrições de torturas, casais apaixonados e suas juras de amor, a revelações de personalidades que lutaram na revolução e pouca gente sabe.
Um desses momentos, conto à vocês:

Chega à Casa de Detenção mais de cem nordestinos que haviam participado da revolução em Recife e Natal, e para recebê-los, Ghioldi é orientado para lhes fazer um discurso “otimista, triunfalista, para levantar o moral daquela gente que tinha viajado em condições horrorosas”.

Mesmo descrente de que pudesse haver otimismo em tempos de Hitler, Mussolini e Filinto Müller, o argentino emocionou a todos ao dizer que estes ditadores estavam com os dias contados, “que o glorioso exército vermelho de Stalin esmagaria o nazi-fascismo como uma barata repelente”.

Após o discurso, entra em sua cela um dos recém chegados, “jovem semicalvo, de cabelos escuros e ar tenso, e se apresentou:”

-Muito prazer, senhor Ghioldi, meu nome é Graciliano Ramos. Estou muito contente e o felicito por suas palavras tão bonitas. Mas reconheça, aqui entre nós, com sinceridade: o senhor não acredita em uma única vírgula do que acabou de falar, não?

Disciplinado, Ghioldi foi obrigado a mentir:

-Não, señor Ramos. Eu acredito em rigorosamente tudo o que falei para vocês.

Graciliano não se convenceu:

-Não sei exatamente qual é a sua história, mas eu sou do Nordeste e conheço bem o meu povo. E este é um povo que está tão atrasado, tão embrutecido pela miséria, que creio que não poderá fazer a revolução jamais.

O comunista argentino insistia, aparentemente convicto:

-Mas, señor Ramos, o mujique russo era muito mais atrasado que o nordestino e, no entanto, fez uma revolução que vai mudar a face do mundo. A revolução não depende apenas do grau de cultura de um povo. E sem esses camponeses russos atrasados e embrutecidos, não teria existido a Revolução Russa.

Graciliano deixou a cela de Ghioldi em silêncio, sem contestar.”

domingo, 17 de janeiro de 2010

Literatura é chato!

Acabo de ler no site “Portal Literal” sobre a publicação do livro “A Literatura em Perigo”, do crítico literário Tzvetan Todorov. O livro é uma análise do ensino de literatura na França e que cabe muito bem ao Brasil (Se a literatura corre perigo na França, imagine no Brasil).

Segundo Tzvetan, o ensino de literatura nas escolas é focado na estrutura do texto - seu gênero, sua forma, seu estilo - tornando secundário o mais importante: seu conteúdo e relação com o mundo.

Logo que li, lembrei das aulas do colégio. Quando lia um bom livro, ficava ansiosa pela aula que o “discutiria”, mas ao contrário de discussões, tinha de me contentar com explicações frias sobre como o vestibular o cobraria. Impossível não ouvir ao final da aula “Como literatura é chato!”.

Toda uma geração - e não apenas a literatura - corre perigo tendo esse ensino. Saem das escolas pessoas incapazes de um olhar crítico sobre um livro, um acontecimento, o mundo e sobre si próprio.

O livro está sendo lançado no Brasil pela editora Difel e tradução de Caio Moreira.

Fonte (17/01/2010): http://portalliteral.terra.com.br/home/